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PRODUÇÃO DE TORQUE NO CICLISMO: ANÁLISE DA SIMETRIA NA PEDALADA DURANTE 40 km SIMULADOS

O objetivo deste estudo foi verificar a produção de torque durante 40 km de ciclismo, verificando também as relações entre simetria na produção de torque, influência do membro dominante e intensidade do exercício (%VO2máx). Um grupo de 5 ciclistas da modalidade mountain bike cross country (idade média de 24,4 anos, estatura de 1,81 m, massa corporal de 73,48 kg, e VO2máx de 55,16 ml.kg-1.min-1) foi submetido a dois protocolos de avaliação com intervalo de no máximo 48 h, sendo o primeiro um teste para determinação do consumo máximo de oxigênio em protocolo de rampa (100 W iniciais com incremento de 25 W.min-1), utilizando o cicloergômetro SRM Training System e analisador de gases Aerosport TEEM 100. O segundo protocolo consistiu na realização de uma prova simulada de 40 km no cicloergômetro SRM Training System, onde foi analisado o consumo de oxigênio e o torque propulsivo produzido pelos membros inferiores. O torque foi analisado durante 10 s, a cada 5 minutos durante os 40 km, sendo assumida como assimetria diferenças percentuais iguais ou superiores a 10% entre os picos do membro direito e esquerdo. O tempo médio para percorrer os 40 km foi 62 min 35 s, e a intensidade mantida foi em média 66,33 %VO2máx. Os resultados mostram que em relação a simetria na produção de torque, cada ciclista apresentou uma resposta diferenciada ao protocolo. O torque médio durante os 40 km apresentou uma correlação de 0,87 com o pico de torque nos 40 km. Com relação à simetria na produção de torque, os resultados mostraram que os ciclistas possuem características de assimetria, entretanto, a mesma variou durante os 40 km e entre os ciclistas, não apresentando uma relação direta com o tempo. A análise do torque propulsivo em relação ao membro dominante (perna de chute) mostrou que o mesmo apresentou relação com os picos de torque (salvo exceções observadas), ou seja, seguidamente o pico de torque foi produzido pelo membro dominante. A intensidade do exercício pareceu não ser um fator limitante para a assimetria, pois foram observadas diferentes respostas dentre o grupo de estudo. Com isso conclui-se que os ciclistas estudados desenvolvem torque de maneira assimétrica em diferentes etapas ao longo de um percurso de 40 km, também essa assimetria apresenta relação com o membro dominante, mas não com a intensidade do exercício. Para uma melhor compreensão do torque produzido durante a pedalada sugere-se o uso de pedais instrumentados e a realização de avaliações individualizadas, visto as diferenças observadas entre os ciclistas.

FONTE: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

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