A importância de uma equipe multidisciplinar que inclua o Cirurgião-Dentista no acompanhamento do paciente oncológico, assim como o mantenha informado sobre os aspectos do protocolo de tratamento adotado pelo oncologista é amplamente defendido na literatura.Dentre as formas de tratamento, a cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia são utilizadas nesses pacientes, seja de maneira isolada ou combinada. Logo, torna o paciente mais susceptível a sequelas bucais que exigem prevenção e manejo.As mais graves condições de todas, a osteorradionecrose (ORN) e osteonecrose (ON), são condições inflamatórias limitantes que resultam em necrose óssea.A American Association of Maxillofacial Surgeons (AAOMS) e American Society for Boné and Mineral Research (ASBMR) definiram osteonecrose como área de ossos maxilares exposto que não cicatriza há mais de oito semanas em paciente que fazem uso de medicações antirreabsorvíveis. Os tratamentos odontológicos preventivos como os endodônticos são preferivelmente indicados desde que sejam feitos antes dos tratamentos de radioterapia ou de uso prolongado de medicações antirreabsorvíveis ou a base de bisfosfonatos. Diante do exposto, esta pesquisa teve o objetivo de relatar uma série de casos clínicos e revisara literatura a respeito da importância e implicações clínicas sobre tratamentos endodônticos em pacientes com osteonecrose após fazerem uso de medicações da classe dos bisfosfonatos. Foi considerado a utilização de artigos publicados na plataforma busca: Pubmed, utilizado como critério de inclusão os descritores Osteonecrose, Bisfosfonatos, Oncologia e Endodontia. Bisfosfonatos. O idioma preconizado foi o inglês,e artigos entre os anos de 1976 a 2020, como exclusão os que não correspondiam aos objetivos e não correlação com o tema. Caso clínico 1 paciente F.M.J de 82anos durante anamnese paciente informou diagnostico de tumor primário de mama, fez radioterapia por 02 anos e quimioterapia ainda em curso, faziauso de Bisfosfonato,após exame clínico e radiográfico foi constatado a presença de cáries extensas nos dentes 42,41 e 31 (Figura 1 e 2). Caso clínico 2 paciente M.F.C.A de 61 anos durante a anamnese informou diagnostico de tumor de parótida fez 35 sessões de radioterapia e quimioterapia concomitante, no exame clínico e radiográfico pode-se constatar cárie extensa no dente 35, foi instituído o tratamento endodôntico (Figura 5 e 6 ). Caso 3 paciente J.C.A de 66 anos após a alta em unidade de UTI procurou o ambulatório odontológico, durante a anamnese informou diagnóstico de câncer indeterminado e metástase óssea e pulmonar, no exame clínico e radiográfico o dente 13 apresentava material obturador exposto necessitando de retratamento endodôntico (Figura 7 e 8).Portanto, diante da série de casos clínicos apresentadas e com o embasamento científico da revisão, fica evidente que o procedimento de endodontia no paciente oncológico dispõe de uma menor chance de desenvolver osteonecrose, melhor qualidade de vida,diminuindo focos de infecção e mantendo a saúde sistêmica adequada.
| Autor: Régida Cléa da Silva Batista | Currículo Lattes |
| Co-autor: Maria Kaline Romeiro Teodoro | Currículo Lattes |
